A historia de um grande Amor (Continuacao)

Era passado um ano! Magra, de olhar triste e distante, sem forças e vontade de continuar, Joana vivia confinada ao seu pequeno quarto as recordações de seu amor tão abruptamente interrompido, Contando o tempo para o reencontro.

Seu pai, cansado de a ver triste e a sofrer, entrou no quarto e com voz firme disse-lhe: “filha, sei que tens sofrido muito, mas acho que já chega…” Não conseguindo conter a lágrima que teimava em rolar-lhe pelo rosto, continuou dizendo: “já esta na hora de começares a sair deste quarto, desta tua solidão, precisas fazer amigos, conhecer pessoas, seguir os teus estudos. O mundo não acabou, continuamos todos a tua espera”, Joana olhava o pai, calma e serena, enquanto este continuava: “o Mário aonde quer que esteja esta triste por te ver neste estado, ele amava-te e iria querer que fosses muito feliz, tu merece-lo” e mais nada disse retirando-se do seu quarto, deixando-a a pensar nas palavras proferidas, que a iriam fazer sair da letargia.

Apaziguada por aquelas palavras deixou-se Dormir.

A manhã estava linda! Quando abriu a janela do seu quarto, o Sol, o odor e sonoridade primaveril invadiram seu aposento fazendo com que se abeirasse e deliciasse com a maravilhosa visão, com que a natureza a presenteava. O campo estava florido, os pássaros chilreavam em sonoridade melódica. Era outro dia!

Elevou o seu olhar para o céu em enlevo de ternura… “Mário, sei que estas ai a olhar para mim, desculpa, sei que estas triste por me ver neste estado, magra, sem aquele brilho no olhar, já não sou a jovem bonita que tu conheceste, nem sorrir consigo, mas prometo-te Amor que a partir de hoje vou recomeçar a viver, mas a viver por ti. Amar-te-ei para além da eternidade!”.

Assim foi, Joana saiu do quarto e dirigiu-se para a cozinha. Os pais quando a viram exultaram… “Bom dia filha, estas linda”, Sorriu-lhes dizendo: “Estou com uma fome daquelas! Vou tomar o pequeno-almoço e sigo até a escola ver como posso fazer para recomeçar os meus estudos. Os pais sorriram, finalmente a sua menina iria recomeçar a sua vida!

Passados dois anos Joana sorria e estava prestes a terminar o Curso que tinha deixado para trás. Iria começar a estagiar passados uns meses e seus pais radiantes de felicidade, perspectivavam por fim seu recomeço de vida.

Um dia as amigas convidaram-na para irem dar um passeio a beira-mar, e foi nessa tarde de Verão, uma tarde quente e muito divertida, que conheceu João, um homem simpático, com uma voz meiga, jamais imaginando que este seria o homem que ia ser o seu marido e pai do seu filho.

Saíram algumas vezes, jantaram juntos e tomaram café, mas pouco conversaram, Joana jamais foi capaz de falar sobre a sua anterior relação e quando se apercebeu, estava “presa” àquele homem que conhecera há uns meses atrás, Sentia-se carente e talvez o João lhe fizesse relembrar Mário. Namoraram e após alguns anos decidiram marcar a data do casamento.

O tempo passou a correr e quando se deram conta já estavam a porta da igreja. Joana realizaria agora o sonho de poder entrar na igreja vestida de noiva. Parecia uma verdadeira princesa!!! Esse dia passou num abrir e fechar de olhos.

Joana e João eram agora marido e mulher. Companheiros, amantes, mas neste enlace, o segredo de amor de Joana tão religiosamente guardado e a atitude machista de João (quero posso e mando), inibiu-os de cumplicidade na construção do seu lar.

Com o passar do tempo sentiram-lhes, na sua relação havia vazio! Pensaram que seria o de um filho para encher as suas vidas de felicidade e alegria. Um laço de sangue que os completaria em perfeita união!

Passados uns meses Joana descobre que ia ser mãe pela primeira vez. Seus olhos transbordavam já de amor maternal. Os tempo passando e a cada dia a sua felicidade aumentava. Aquele ser que carregava dentro de si era um desenrolar constante de novas emoções que a enterneciam e preenchiam. Já o marido, esse mostrava desinteresse pelo desenvolvimento da gravidez.

É um menino! Disseram-lhe enquanto lho depositavam no colo e cortavam o cordão umbilical. Foi hora de luz, toda aquela mulher transbordava de amor e enquanto olhava e beijava seu filho, proferiu: Chamar-te-ás Mário meu filho!

João aceitou com agrado o nome escolhido pela mulher.

João cada vez mais afastado da família e Joana cada vez mais isolada do mundo real, passou a criar um mundo de sonho… um mundo que se chama Mário, em toda a sua plenitude.

Passaram-se anos e o casamento de ambos estava completamente destruído, ele ia ao café sempre que podia, para beber e era raro o dia que não chegasse a casa embriagado, Joana que trabalhava num escritório duma grande empresa chegava ao lar e tratava das tarefas domésticas enquanto normalmente, esperava pelo marido para jantar e se ia consciencializando da cena do costume: Ora o comer estava frio, tinha levado pouco sal ou o prato não estava no sítio do costume. Tudo era motivo para a destratar e ao filho Sempre reclamava, enquanto ia comendo. Depois de partir um prato ou um copo, lá ia de novo para o tasco ter com os amigos. Joana acabava sempre por ir para a cama a chorar desolada.