A Historia de um grande amor

Joana era uma jovem, meiga, calma e divertida, nasceu no seio de uma família pobre e muito humilde. Criada com todo o amor e carinho que uma criança podia desejar. Podia faltar o dinheiro no seio daquela família mas o mais importante, o Amor, nunca faltou!

Aos 18 anos conheceu uma pessoa muito especial, um homem de olhos verdes e cabelo claro, que com apenas um olhar lhe roubou o coração, apaixonaram-se no primeiro minuto em que se viram e durante algum tempo foram muito felizes.

Mário ia visitar Joana sempre ao final do dia, e sempre com um sorriso nos lábios e um ramo de flores campestres na mão, ela adorava a visita dele, e foi sempre assim durante dias e dias, meses e meses, mas jamais imaginariam o que a vida lhes preparava.

Era Domingo e Mário convidou Joana para irem até a praia, mas como ela tinha um compromisso familiar não o pode acompanhar, então decidiu ir sozinho ter com uns amigos.

Eram 8 da noite e o seu apaixonado não tinha telefonado nem aparecido junto dela. Joana começou a estranhar a ausência, pois não era normal, e tentou telefonar-lhe, mas do outro lado ninguém lhe respondia, foram horas de preocupação. Não estaria a preocupar-se em vão? Perguntava-se! Mário estaria com os amigos e não ouviria a sua chamada.

Deveriam ser umas 10 horas da noite quando o telefone de casa tocou. Joana corre para atender, sem prever o que iria ouvir do outro lado: “Joana e a Antónia, a prima de Mário, desculpa estar a ligar-te a estas horas da noite, mas tenho uma notícia para te dar”, após breves segundos de silêncio Antónia prossegue: “Esta tarde quando o Mário regressava da praia” mais uma pausa “ele teve um acidente e morreu”! Joana não conseguia falar, não queria acreditar no que estava ouvir. Desatou a chorar compulsivamente sem dizer nada, até que ganhou coragem e com a voz embargada disse: “Diz-me que é mentira, que tudo não passa dum pesadelo! O Mário não pode ter morrido, não acredito! Não me pode ter deixado sozinha, não acredito”, desligando o telefone sem dizer mais nada.

Ela recusava-se acreditar no que lhe estava a acontecer, a vida tinha-lhe roubado o grande amor da sua vida, mas tinha que começar acreditar, pois era mesmo verdade e tinha que se começar a preparar para o dia do funeral.

Joana não conseguia sequer imaginar ver o grande amor da sua vida pálido, calmo e sereno mas sem lhe poder sorrir, ela chegou a porta da casa do seu amor e faltou-lhe a coragem para entrar, com os olhos rasos de água e a voz embargada. Abraçou-se a uma amiga dizendo: “Não sou capaz, não consigo ir vê-lo pela última vez, falta-me a coragem. Acho que quero guardar a imagem do Mário com vida e com um sorriso nos lábios!” A amiga tentou acalma-la e achou por bem ela não o ir ver, mas acompanhou-o até à sua ultima morada com o rosto lavado em lágrimas e com um ramo de flores campestres nos braços, as flores que ambos tanto gostavam.

Joana chorou dias e dias, ela não conseguia acreditar no que estava a passar, foram dias, semanas e meses que ficou fechada no seu quarto, recusando-se a comer, a conversar com os amigos. Ela só queria estar só, não queria ver nem ouvir ninguém, sentia que também ela tinha sido enterrada com o seu grande amor.

(Cont.)